quarta-feira, 28 de abril de 2010

A verdadeira história de Rocky, um lutador

Em Marcas do Destino (Mask), o garoto americano Rocky Dennis nasce com uma anomalia rara, semelhante Contrariando os diagnósticos, ele chega aos 16, inteligente, personalíssimo e (pasmem), charmoso. Criado num ambiente realístico, embora com forte escolta, ele consegue se manter intacto, passando ao largo de sua diferença. Sua mãe, a gatíssima Cher, é uma remanescente hippie que transa o amor livre e abusa um pouco das drogas. Os melhores amigos de Rocky são uma gang motorizada bem ao estilo Hell's Angels, só que mais domesticados. Os brutamontes aprendem a apreciar e amar Rocky Dennis, a princípio por identificação: ambos os blocos são feitos de exclusão. Ninguém quer sentar ao seu lado no ônibus. Mas Rocky é um carismático. Ele ocupa seu lugar no meio circundante com desenvoltura, sem forçar a barra. Lembram daquele garoto do colégio que sobressaía em todos os ambientes, que jogava todos os jogos e tirava notas em todas as matérias? Eles existem, os predestinados. O filme se baseia num fato real. Por baixo da monstruosidade plástica, uma enormidade dos sentidos. Longe de ser um panfleto, daqueles horríveis elaborados pelas associações de excepcionais, ou um melodrama hipócrita, montando numa cadeira de rodas, Marcas do Destino é um filme tocante. Você pode chorar, é claro, mas de raiva, não de compaixão. Isso a gente sente pelos fracos, e Rocky Dennis nem tomou conhecimento. Como um homem comum, dos que andam, pensam, jogam na loteria e choram, Rocky amou, se sentiu traído, cometeu injustiças e acariciou o pouco de vida que conseguiu prender no vão dos dedos. O filme escolheu um cenário adequado. Um ambiente nostálgico dos 60, quase 70, embalado por canções de Grateful Dead, Suzi Quatro, Beatles, Little Richard e mais um montão de vulcões extintos. Tudo muito adequado, num filme que faz soluçar de emoção. Viver não dá muito trabalho: é tudo uma questão de entrega. (Jotabe Medeiros)

PS: Assisti a este filme quando tinha 8 anos de idade, lembro que minha TV era em preto & branco então eu assistia na casa dos meus primos que já possuiam TV em cores. Digo "assistia" porque passou diversas vezes na sessão da tarde, na época. Mesmo sendo criança, foi a primeira vez que refleti sobre o preconceito e nas dores que ele causa em quem o recebe. Confesso que chorava de soluçar apenas por ver o sofrimento de Rocky e perceber sua grandeza de caráter. Hoje, graças a tecnologia da internet, pude rever esse clássico e melhor ( legendado) podendo assim captar todo o sentimento dos atores. Foi diferente assistí-lo hoje aos 31 anos, a emoção foi muito maior devido ao nível de compreensão que hoje adquiri sobre várias experências de vida, principalmente nos motivos que levavam a mãe de Rocky a se drogar tanto e sem julgá-la. Pra quem não assistiu, por favor assistam e de preferência ao lado de crianças para que tenham a noção, desde cedo, de que as diferenças existem sim mas que não são obstáculos para o sentimento e o respeito mútuo. E pensar quem em 1985 "Marcas do Destino " saiu de cartaz dos cinemas do Brasil por falta de público e deu lugar - chorem - para os "Trapalhões" se fosse hoje em dia, com tanta propaganda sobre "inclusão" seria um recorde de bilheteria.

Por: E.S.L.M.

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